30/01/11

Portishead - SENHORES -

Bristol, Inglaterra, é a terra natal do Trip-Hop, estilo musical marcado por sons distantes, sob uma batida hipnotizante e vocais melancólicos. Portishead é o nome de uma cidade da Costa Ocidental de Bristol, onde Geoff Barrow, o fundador da banda cresceu. Geoff nunca gostou muito da vida exageradamente calma que levava em Portishead, e ainda muito jovem deixou a cidade para ir trabalhar num estúdio de gravação no coração de Bristol. Ele tinha apenas 17 anos, e nos intervalos dentro do estúdio gostava de ficar experimentando misturas de samples nos gravadores, enquanto sonhava em um dia ter a sua própria banda, com a qual faria uma música diferente de tudo o que passava por ali. Ele era muito esforçado, e levava seus momentos de DJ dentro do estúdio muito a sério. Quando achou que estava bom naquilo que pretendia fazer, Geoff começou a procurar uma vocalista para sua “banda”. Foi numa agência de empregos em Bristol que ele conheceu Beth Gibbons, a voz do Portishead. Ela já tinha trabalhado numa banda cover e fazia apresentações em pubs. Geoff e Beth que se davam muito bem, pois compartilhavam os mesmos gostos e ideais musicais. Não demoraram a compor sua primeira música juntos, e pouco depois de se uniram ao guitarrista de jazz Adrian Utley. O talento do trio era inegável, o que ajudou bastante na abertura de portas para apresentações e um pouco mais tarde para um contrato com a gravadora inglesa “Go! Discs”, em 1993. A partir da colaboração do engenheiro de som e percursionista Dave McDonald, em 1994 saía o primeiro disco do Portishead, o elogiadíssimo “Dummy”. Puxado pelo single “Sour Times (Nobody Loves Me)”, “Dummy” ganhou em 1995 o concorrido “Mercury Music Prize”, o mais importante da música inglesa, destronando bandas como os Oasis, PJ Harvey e Tricky (o principal expoente do Trip-Hop até então), além de ter sido um grande sucesso radiofónico e comercial no mundo inteiro. O Portishead tinha tudo para ser uma das melhores e mais produtivas bandas da década passada. Sem dúvidas foram uma das melhores, mas não das mais produtivas. O segundo trabalho, o auto-intitulado “Portishead”, saiu em 1997, depois de a banda ter trabalhado nele dois anos. “Portishead”, curiosamente, era visto como o único disco de 1997 com potencial para se tomar o melhor disco do ano (ou da década) de “OK Computer”, do Radiohead. Embora seja um disco cheio de qualidades, ele não alcançou essa proeza. Mas conseguiu superar “Dummy”. “Portishead” é um álbum de crescimento musical para a banda, que deu mais espaço aos vocais de Beth Gibbons e ousou experimentar nos processos de mixagem, alcançando óptimos resultados nas duas empreitadas. As composições também aparecem mais elaboradas e a banda mais auto-confiante. O próximo disco lançado pelo Portishead foi o registo de um show no legendário “Roseland”, em Nova Iorque. O disco, “PNYC - Portishead New York Concert”, traz onze faixas básicas, os maiores sucessos da banda, em interpretações impecáveis. Embora perca muito do clima proposto pelo “trip-hop”, aquela coisa etéreo e distante, o CD tem compensações. A voz de Beth Gibbons,por exemplo, ao vivo é um prodígio, como se verifica nas faixas “Humming”, “Mysterons”, “Glory Box”, entre outras. Entre todas. Uma das características mais marcantes da música do Portishead é o chamado “Elemento surpresa”. Você nunca sabe a que a música deles vai evoluir. Quando menos espera, eles mudam completamente o caminho natural que a composição estava seguindo, para algo melhor, realmente surpreendente. E você fica ali, viajando, quase não-acreditando no que está ouvindo. E não é só Trip Hop, é algo mais… É o que diferencia uma grande banda de uma banda de tendências. O Portishead surgiu do Trip-Hop, mas ficou maior do que ele. Dummy (1994) Download Portishead (1997) Download PNYC Live (1998) Download Third (2008) Download

0 comentários: